RAÇA GOLDEN RETRIEVER
Origem: Inglaterra
Aptidões particulares: Cão de companhia, guia e de caça.
Esperança de vida: 12 anos
Tamanho do macho: 56 – 61 cm. aprox.
Peso do macho: 26 – 32 kg aprox.
Tamanho da fêmea: 51 – 56 cm.aprox.
Peso da fêmea: 25 – 27 kg aprox.
Padrão FCI: Número 111 – Grupo 8
HISTÓRIA
UM POUCO DE HISTÓRIA
Dentre os diversos esportes desenvolvidos pelo homem, um deles sempre se destacou: a caça. Em parte porque tem origem nos arquétipos relacionados com a procura pelo alimento no início da nossa história, e, possivelmente em parte pelo desafio do domínio da natureza e dos outros seres vivos. Neste sentido, a sociedade foi evoluindo, o que hoje pode ser discutido como moralmente ou politicamente correto, há pouco tempo e mesmo atualmente, em vários locais, se constitui em esporte tradicional e até de elite.
Neste aspecto, o cão sempre acompanhou o homem neste esporte, que para perseguir a presa, quer para buscá-la. Assim, estes esportistas não poupavam economias para desenvolver e aprimorar raças de cães que se adequassem mais às suas necessidades. No entanto, como os animais existentes nem sempre correspondiam a estas necessidades, passaram a realizar cruzamentos para obter um cão forte, de tamanho moderado, boa ossatura e com grande habilidade para buscar a presa e entregá-la na mÃo do caçador sem destruí-la. Além destas características, ainda deveria estar capacitado para enfrentar os mais diversos tipos de terreno, água, pântano ou matas fechadas. Os principais cruzamentos experimentais envolveram Setters, Spaniels de água e o Terranova, principalmente nos territórios do Reino Unido.
A partir destes experimentos surgiram os Retrievers, animais que se destacavam como excelentes cães de busca. Notabilizando-se pela excelente capacidade de resgatar presas abatidas ou perdidas. Foi nesse cenário que se iniciou o processo de desenvolvimento da raça Golden Retriever…
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A ORIGEM DA RAÇA: A REALIDADE E A LENDA
Como outras raças caninas puras, o Golden tem ancestrais britânicos (seu nome, em inglês, significa: golden = dourado; retriever = aquele que resgata). Foi resultado de anos de cuidadosa e planejada seleção, realizada no século XIX por Sir Dudley Marjoriebanks – mais tarde o primeiro Lorde Tweedmouth – na Escócia, com o objetivo de criar um cão capaz de buscar o animal abatido e entregá-lo, intacto, a seu dono.
A história original sobre a raça foi refutada a partir de 1952, quando veio a público um manuscrito de Lord Tweedmouth contando como de fato teria ocorrido a seleção. A descoberta dos registros foi feita, segundo o “Complete Dog Book of American Kennel Club”, pelo sexto conde de Ilchester, sobrinho do Lorde, historiador e esportista.
A versão anterior sobre o aparecimento da raça, agora tida como lenda, conta que tudo teria começado com a suposta compra dos cães de um circo russo feita pelo Lorde Tweedmouth em Brighton, sul da Inglaterra, atraído pela esperteza, inteligência e pelo tom amarelado dos olhos daqueles cães de mais de 45 quilos, pelagem grossa e pesada e com cerca de 76 cm de altura. O Lorde interessou-se por dois deles, mas foi obrigado a comprar o grupo todo, composto por 8 cães. De Brighton, ele os teria levado para uma propriedade chamada Guisachan, na Escócia, onde caçava cervos. Mais tarde para reduzir o tamanho e melhorar o faro destes cães, teria feito um cruzamento com o Bloodhound.
Em seu livro, o Lord Tweedmouth – anotou detalhes da sua realização em Guisachan entre 1835 e 1890 – não menciona a compra dos cães de circo. Conta, porém, que adquiriu em 1865 o único exemplar amarelo, de uma ninhada de cães pretos encaracolados, chamado Nous, precisamente em Brighton, e o levou para Guisachan. Nous acasalou com uma Tweed Water Spaniel chamada Belle e daquela união nasceram quatro fêmeas: Ada, Primrose, Crocus e Cowslip. Por mais de vinte anos, o Lord trabalhou numa linhagem descendente de Cowslip, que fez seu primeiro cruzamento com outro Tweed Water Spaniel (de nome “Tweed”). Para manter a linhagem forte e melhorar as aptidões de caça, houve cruzamentos com dois Wavy-Coats pretos (“Sambo” e “Tracer”) e um Setter Irlandês (“Sampson”). Especula-se sobre uma possível utilização de um Bloodhound, mas não há como comprovar essa hipótese. A textura da pelagem dos cães era variada, assim como a cor, que ia do ruivo ao creme. Ocasionalmente, filhotes do canil do Lorde Tweedmouth eram dados a amigos e parentes. Algumas dessas pessoas criaram os cães e desenvolveram linhagens próprias. Os anos de seleção de tipo, cor e habilidade realizada em Guisachan resultaram na linhagem Ilchester, ancestral dos Goldens atuais.
Os Wavy-Coated Retrievers usados no desenvolvimento dos Goldens eram normalmente pretos e são os antepassados dos atuais Flat-Coated Retrievers. O Tweed Water Spaniel, um tipo de Water Spaniel da região do Rio Tweed, na Escócia, é uma raça extinta. Entretanto, há relatos de que era semelhante a um pequeno Retriever “cor de fÃgado” (algo entre marrom e amarelo).
Ao longo da Costa da Grã-Bretanha, os Water Spaniels eram encarregados de trazer comida para casa, graças a sua grande habilidade para o resgate. Conta-se que eram inteligentes, bons nadadores e possuíam grande desejo de trabalhar – como os Goldens.
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RESUMO SEQÜENCIAL DOS FATOS
1890 – Levados por viajantes, os primeiros Golden Retrievers começaram a chegar aos EUA e Canadá.
1894 – O filho de Lord Tweedmouth e Lady, a sua Golden Retriever, emigraram para o Texas, passando pelo Canadá.
1903 – A raça é aceita pelo Kennel Club of England; são chamados de “Flat-Coats-Golden”.
1904 – Um Golden obtém o primeiro lugar numa prova de campo.
1908 – Culhan Brass e Culhan Cooper, descendentes diretos do plantel de Lord Tweedmouth, estão entre os primeiros exemplares de Golden exibidos em competição. Eles serão os ancestrais de quase toda criação atual.
1911 – Fundação do Golden Retriever Club of England. A raça é reconhecida.
1925 – O Golden faz suas primeiras exibições na França. O American Kennel Club registra o primeiro exemplar da raça, que antes era especificada simplesmente como Retriever com alguma anotação quanto à cor.
1927 – Primeiro registro como raça separada no Canadá.
1930/1940 – Os Goldens se popularizam nos EUA e se espalha pelo mundo.
1938 – Fundação do Golden Retriever Club of America.
1977 – Os primeiros três cães a alcançar o tÃtulo de Campeão de Obediência do AKC são Goldens. O primeiro (Ch. Moreland’s Golden Tonka) é fêmea. Hoje a raça está muito difundida na Austrália, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, Canadá, Japão e, sobretudo, nos EUA.
RAÇAS RELACIONADAS
• Flat-Coated Retriever – Pensa-se que seja o antepassado direto do Golden Retriever, embora seja mais esguio e tenha um temperamento mais jovial, quase como o do Setter.
• Chesapeake Bay Retriever – Este cão resultou do cruzamento da raça do Cão Lesser de St. John com os cães de caça americanos da região.
• Retriever do Labrador – Outro descendente do Cão Lesser de St. John, partilha com o seu parente distante, o Golden Retriever, uma função de trabalho e uma personalidade semelhante.
• Curly-Coated Retriever – Atualmente bastante rara, esta raça foi levada para o Reino Unido por pescadores de bacalhau. A sua pelagem é de cão de água, formada por pequenos caracóis à prova de água.
• Terra Nova – Descendente do Greater da Terra Nova ou Cão de St. John é uma raça grande e alegre, ainda utilizada para trabalho de auxiliar na água.
O GOLDEN
A RAÇA
Robusto, de pelagem dourada e expressão meiga, o Golden Retriever conquistou multidões com suas qualidades.
Tornou-se um dos cães de família mais criados em diversos países, onde o porte grande é apreciado para fazer companhia não só dentro de casa, mas também em passeios, e por proporcionar maior resistência às brincadeiras nem sempre delicadas das crianças, exigindo, em contrapartida, uma docilidade excepcional.
A sua popularidade lhe dá nada menos do que o primeiro lugar em filhotes mais registrados na Argentina, segundo lugar no Japão e terceiro na Inglaterra. Nos EUA, país onde reside o maior número de cães desta raça, ficou na terceira posição em 2006, no Brasil está entre a 3 raças com maior número de registros em 2008 e 2009.
INTELIGÊNCIA E ÍNDOLE
Destaca-se como uma das raças mais obedientes e dispostas a servir o homem. Não é por acaso que o livro “The Intelligence of Dogs”, de Stanley Coren, o cita como a quarta raça mais adestrável para obediência, entre as 133 analisadas.
Muito observador, associa causa e conseqüências e tem facilidade para compreender o que queremos dele. Manso e de boa índole faz amizade com todos, sendo afetuoso com estranhos, outros cães e até mesmo com gatos. Silencioso, só late eventualmente para dar o alarme caso escute algum ruído estranho.
CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO
O Golden se adapta ao estilo de vida do dono com grande facilidade, inclusive a locais pequenos, como apartamentos. Em grandes centros urbanos como Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro aparece vivendo em apartamentos com grande freqüência com ótima adaptação. Em casa procura a proximidade dos familiares, porém sem ficar solicitando atenção o tempo todo. Consideramos que o contato do dono, o carinho e a atenção, ao lado de passeios diários são fatores críticos para o sucesso da adaptação do golden à vida de apartamento nas cidades. Deita-se num canto e intercala a observação atenta do movimento ao seu redor com breves cochilos. Mescla a esse lado tranqüilo outro, cheio de vida, e assim acompanha o ritmo do momento. Disposto à atividade e com uma resistência física de dar inveja aos atletas, adora acompanhar em longos passeios. Não pode ver um lago, mar ou piscina sem entrar, sendo exímio nadador.
Extremamente paciente com as crianças, é um perfeito “tio”. Agüenta as brincadeiras mais estabanadas sem perder o bom humor.
Outra prova das excepcionais qualidades do Golden é fazer parte do seleto grupo de raças caninas indicadas para as complexas tarefas de guia de cegos, auxiliar na terapia a doentes físicos e mentais, resgate de desaparecidos entre outras.
O filhote
O filhote deve ter aparência robusta, focinho forte com “stop” (ponto de encontro da testa com o focinho) bem definido. Os olhos
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devem ser cor marrom escuro e a trufa (nariz) bem preta. A mordedura deve ser em tesoura. Deve ser alegre e brincalhão, nunca assustado. Deve ter as patas paralelas e se movimentar com firmeza. Evite um filhote que treme ou tente morder quando o observador chega perto. Peça pelo menos o laudo de displasia coxofemoral dos pais e certifique-se que no resultado seja discriminado “autorizado para reprodução”.
Tamanho
Machos adultos de 56 a 61 cm e fêmeas de 51 a 56 cm. Pelo padrão AKC – American Kennel Club, machos de 58,4 a 60,9 cm e fêmeas de 54,6 a 57,1 cm, devendo ser desqualificados caso apresentam uma variação de 2,54 cm para mais ou menos que o estabelecido.
Cor
Qualquer tonalidade de dourado ou creme, nunca vermelho ou mogno. Alguns fios brancos na porção anterior do peito são permitidos.
Aparência Geral: simétrico, balanceado, ativo, poderoso, de movimentação fluente e alegre, com a linha superior de nível, íntegro com expressão afável.
Características: obediente, inteligente, e uma vocação natural para o trabalho.
Temperamento: afável, amigo e confiante.
Cabeça e crânio: balanceada e bem cinzelada, crânio largo sem ser grosseiro, bem articulado com o pescoço, focinho poderoso largo e profundo. O comprimento do focinho é igual ao do crânio. Stop definido e trufa preta.
Olhos: inseridos bem separados, marrom-escuro, rima das pálpebras, escura.
Orelhas: Tamanho moderado, inseridas quase no nível dos olhos.
Boca: maxilares fortes, com mordedura em tesoura, perfeita, regular e completa, isto é, os dentes superiores se sobrepõem aos inferiores, encaixando-se com os da mandíbula.
Pescoço: de bom comprimento, musculoso e sem barbelas.
Anteriores: membros retos, com boa ossatura, ombros bem articulados, escápulas longas, com úmeros de comprimento igual, apoiando as patas dentro da projeção vertical do corpo.
Tronco: balanceado e curto, peito profundo. Costelas bem arqueadas. Linha superior de nível.
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Posteriores: lombo e membros fortes e musculosos, pernas bem constituídas e joelhos bem angulados. Jarretes bem curtos, visto por trás, retos e corretamente direcionados para frente.
Patas: redondas como as do gato.
Cauda: inserida e portada no nível do dorso, alcançando o nível dos jarretes sem enroscar na ponta
Movimentação: poderosa com boa propulsão e os membros anteriores trabalhando com os posteriores em planos paralelo. Andadura de passos largos e livres, sem indícios de movimentação com ação elevada nos anteriores.
Pelagem: dupla, reta ou ondulada, bem cheia e densa. Subpêlos resistentes à água.
Cor: qualquer tonalidade de dourado ou creme, nem vermelho, nem mogno.
Talhe: altura na cernelha, para machos, de 56 a 61 cm e para fêmeas de 51 a 56 cm.
Base dos dados técnicos Padrão CBKC n: 111 de 30/4/94
(tradução padrão FCI – Federação Cinológica Internacional n: 111 de 24/6/87),
exceto os mencionados como do AKC.
DOENÇAS QUE PODEM ACOMETER A RAÇA
PROBLEMAS HEREDITÁRIOS
A maioria dos cães de todas as raças pode ter vida sadia e longa desde que sejam bem tratados não só na alimentação, afeto como também visitando regularmente um veterinário.
Contudo, por melhores que sejam os cuidados ainda assim podem ser vítimas de problemas adquiridos e congênitos, assim como os seres humanos.
Estes problemas variam de doenças de pele a viróticas, de alergias ao câncer. Além destes as raças puras, fruto de considerável grau de consangüinidade podem apresentar problemas hereditários.
O Golden Retriever não é exceção e infelizmente os problemas se multiplicam conforme o aumento da popularidade da raça e procriação indiscriminada. Alguns dos problemas de hereditariedade relativamente freqüentes que podem encontrados em Goldens:
DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS
Catarata hereditária, atrofia retiniana progressiva, entrópio e ectrópio são problemas que podem afetar a raça, sendo a catarata a mais encontrada. As Cataratas são definidas pela opacidade dentro da lente ocular (cristalino). Pelo menos um tipo de catarata hereditária aparece em idade precoce e afeta Goldens, podendo progredir até mesmo com a perda total de visão. Existem também cataratas não-hereditárias, mas é extremamente difícil diferenciar uma da outra. Problemas de vista menos comuns atualmente, tais como Entrópio e Ectrópio (pálpebras viradas) são más formações nem sempre hereditárias que resultam numa irritação ocular acarretada pelo constante atrito dos cílios com a córnea. Uma cirurgia pode ser necessária para corrigir estes problemas, sendo um procedimento razoavelmente simples. Exames oftalmológicos idealmente devem ser feitos anualmente por um veterinário especializado, até pelo menos os oito anos de idade, pois problemas congênitos oculares também podem se desenvolver durante os estágios de envelhecimento.
DOENÇAS DO CORAÇÃO
A doença hereditária, muito comum é a estenose aórtica. Todos os animais de procriação devem ser examinados por um cardiologista veterinário. Se um “sopro” for detectado por ausculta é necessário realizar exames adicionais como eletrocardiograma e ecocardiograma. Contudo, até mesmo quando os resultados são negativos, não se exclui a possibilidade de uma doença de coração. Algumas formas suaves hereditárias podem ser indetectáveis, exceto em autópsia.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Os retrievers em geral são mais suscetíveis a tumores. Estes costumam ocorrer em idades mais avançadas, mas também podem surgir em cães mais jovens, provenientes de fatores genéticos. Como no caso do ser humano, os tumores podem ser benignos ou malignos. Os tumores neurológicos implicam quadros mais graves, na maioria das vezes acompanhados de convulsões e/ou alterações comportamentais do cão. Somente um veterinário especializado poderá avaliar e diagnosticar estes casos, pois requer exames e tratamentos específicos. Já as epilepsias nem sempre são hereditárias e as crises acometem o cão geralmente durante o sono ou descanso. Os sintomas são espasmos musculares, incontinência urinária ou/e movimentos natatórios. Pode ser um quadro sem gravidade, proveniente de fatores externos (produtos químicos, por ex), porém só o veterinário terá condições de fazer essa avaliação.
DISPLASIA COXOFEMORAL E DE OMBROS
A displasia coxofemoral (DCF) tem-se destacado ao longo dos anos como a patologia mais estudada pela medicina veterinária ortopédica e disseminação congênita através de vários genes (mais de 100) mais a relação com a displasia de cotovelo são os temas dos estudos mais recentes que se concentram nos cães, sendo que as pesquisas envolvendo gatos representam apenas uma pequena parte destes estudos (Maki et al., 2000).
Histórico Inicialmente descrita por Schnelle em 1930 (Smith, 1997), a displasia coxofemoral (DCF) teve seus primeiros estudos realizados em cães da raça Pastor Alemão, sendo que 40% dos animais avaliados apresentavam a doença sendo que até então acreditava-se que sua ocorrência em gatos era rara (Schnelle 1954). Posteriormente demonstrou-se que cães de pequeno porte, gatos e outras espécies como as chinchilas também apresentam DCF (Riser, 1974).
A Articulação Displásica
A DCF é descrita como a má formação das estruturas articulares com graus variáveis de luxação, afetando machos e fêmeas em igual proporção podendo estar presente em uma ou ambas as articulações (Henricson et al., 1966). é causada por um fator poligênico recessivo (Montgomery, 2000) com lesões agravadas por fatoresambientais desfavoráveis como terrenos em declive e pisos lisos. O excesso de exercícios com sobrecarga muscular também contribui para o agravo dos sintomas (Bennett e May, 1995). A displasia é uma doença genética que causa degeneração das estruturas articulares gerando graus diversos de artrite e artrose o que causa uma grande sensibilidade dolorosa e devido à luxação que ocorre em graus variáveis, o animal pode chegar a ficar completamente paralisado. O primeiro passo para o desenvolvimento da artrite é uma lesão na cartilagem articular devido a uma anormalidade biomecânica por um desenvolvimento defeituoso hereditário, da articulação coxofemoral. Não é possível prever quando um cão displásico começará a apresentar sinais clínicos de claudicação devido à dor. Existem muitos fatores ambientais com a ingestão excessiva de alimentos calóricos, o nível de exercícios a que o animal é submetido e o tipo de piso em que vive são fatores que agravam a doença.
Exame Radiográfico
A incidência padrão, adotada pela OFFA (Orthopedic Foundation For Animals – EUA), para o exame radiográfico é a ventrodorsal com os membros paralelos entre si e em relação à coluna vertebral, com rotação medial de forma que as patelas se sobreponham aos sulcos trocleares (Kealy e Mcallister, 2000). Para realização deste exame é necessário o uso de sedação para proporcionar ao animal um grau de relaxamento muscular adequado, evitando assim, um posicionamento incorreto (Sommer e Griecco, 1997). Os animais avaliados devem ter idade mínima de 24 meses e o grau de lesão é dado através da avaliação morfológica das estruturas articulares e da mensuração do índice de Norberg (Douglas e Willianson, 1975). Os sinais radiográficos comuns a todas as espécies são o raseamento acetabular, incongruência entre a cabeça femoral e o acetábulo com graus variáveis de luxação, deformação da cabeça e colo femoral e sinais de artrose nos casos crônicos (Kolde, 1974).
Os procedimentos de avaliação diferem um pouco, o Golden Retriever Club of América reconhece a validade de vários tipos de classificação e encoraja todos criadores de Goldens Retrievers a determinarem a saúde de conformação dos quadris para qualquer animal potencialmente procriador.
Classificação mais comumente usada no Brasil:
A – HD – sem sinais de displasia coxofemoral
B – HD +/- articulações coxofemorais próximas do normal
C – HD + displasia coxofemoral leve, discreta subluxação – ainda permitida a reprodução.
D – HD + + displasia coxofemoral moderada.
E – HD + + + displasia coxofemoral severa, subluxação evidente acompanhada de osteoartrose
Cães displásicos das classes D e E não devem ser usados para procriação, mas podem ter uma vida útil, longa e feliz. Os de classe C somente devem ser cruzados com animais de classe A ou se possível também evitar a procriação. Muitos Goldens com displasia não mostram sinais externos ou sintomas até atingirem entre 7 ou 8 anos de idade quando a tonificação muscular diminui e o uso da articulação se torna mais notável.
Informações Gerais
A Orthopedic Foundation For Animals (OFFA), uma instituição sem fins lucrativos, foi criada em 1966 para padronizar o exame radiográfico das articulações coxofemorais e de cotovelo. As radiografias avaliadas pela OFFA seguem o protocolo recomendado pela associação Americana de Medicina Veterinária. Esta análise é mundialmente aceita para detecção de displasia coxofemoral e de cotovelo sendo a OFFA a única instituição credenciada pela FCI para tal exame. Existe uma tendência mundial para que em qualquer competição ou exposição internacional seja exigido que o animal seja submetido a sua análise.
Radiação e Segurança
O exame radiográfico não apresenta riscos ao animal ou às pessoas envolvidas desde que sejam seguidas as recomendações de proteção radiológica adequadas.
CUIDADOS E DICAS
Focinho
A) Manchado
É preto, porém durante os meses de inverno a pigmentação pode-se tornar rosada. Use tabletes de carbonato de sódio e potássio pode evitar este “desbotamento”. Cães que passam muito tempo fechados, sem exposição ao sol, podem apresentar manchas claras. Por isso mudar para um local com mais luz do sol pode ser saudável.
B) Ressecado
Passe uma fina camada de vaselina para umedecê-lo e deixá-lo brilhante. Aparar os “bigodes” é opcional.
Olhos
Para limpar secreções use algodão, gaze ou até mesmo um lenço umedecido NÃO USE AGUA BORICADA, apenas soro fisiológico. Caso esta secreção esteja acompanhada de material espesso ou purulento leve ao veterinário.
Lacrimejamento
Marca de lágrimas embaixo dos olhos. O uso repetido de removedores especiais, que contêm uma quantidade segura de clareador poderá eliminar as manchas, e também pode ser usado na descoloração de cotovelos e áreas que foram lambidas freqüentemente.
Dentes
Devem ser limpos pelo menos uma vez por mês com higienizadores dentários. Isso removerá o tártaro e ajudará a preservar as gengivas e a boca saudável. A redução das manchas amarelas pode ser feita usando um pó dental ou pasta de dente para cães e uma escova dentária de hastes duras.
Orelhas
São sensíveis e muito importantes. Qualquer descuido pode causar sérios danos e ser extremamente doloroso para seu animal. Os pêlos do canal auditivo devem ser aparados. Recomenda-se usar uma tesoura de ponta curva para evitar machucados. Use uma gaze enrolada ao dedo com óleo mineral ou qualquer outro produto específico para limpezxa de ouvidos (basta pedir nos petshops) e limpe cuidadosamente a orelha de seu cão. Caso note secreção preta ou marrom poderá estar com uma otite externa, procure então seu veterinário e peça orientação.
Pelagem
O pelo é grosso e uma pelagem com diferentes espessuras e comprimentos. A quantidade de pelos no pescoço freqüentemente
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aparenta um pescoço menor do que realmente é. Algumas pelagens são mais onduladas do que outras. Escove se cão com uma “rasquiadeira” duas a três vezes por semana e em seguida passe um pente de aço para a retirada dos pêlos velhos ou soltos e ajudar no crescimento dos novos pelos. Não se deve “tosar” o golden, exceto para pelos próximos à região genital, neste caso pode ser realizada uma “tosa higiênica”, neste caso é necessário solicitar a um tosador experiente. O “triming” pode ser feito para exposições ou situações especiais, este procedimento não é realizado em petshops e precisa ser feito por profissional especializado.
Unhas
Cortar as unhas quando estiverem bem longas, mas com pouca freqüência. Aconselhamos cortar no veterinário e sob sedação porque podem sangrar e infeccionar se forem cortadas de forma inadequada. Unhas compridas incomodam seu cão, mas tome cuidado porque existe uma veia próxima a unha, que não deve ser lesada.
Banhos
Temos costume de banhar nossos goldens 1 vez por semana, mas na maior parte será suficiente uma vez ao mês, principalmente se permanecer em locais abertos. Existem muitas marcas de xampus e condicionadores em pet shops, experimente várias até encontrar a ideal para o tipo de pele do seu golden. Também existem xampus contra caspas e pulgas, caso seu Golden apresente estes problemas. Ensaboe e massageie bem a pele e o pelo enxaguando logo em seguida. Repita a operação e lembre-se de tirar todo o xampu da pelagem. Use o condicionador e deixe agir entre dois e cinco minutos. Se o animal apresentar perda de pelos, logo após o banho descontinue o uso dos produtos escolhidos. Seque bem a pelagem usando uma toalha para tirar o excesso de água e depois use um “soprador” (melhor vento frio para secar). Quando estiver quase seco use o secador e penteie acompanhando o sentido que o pelo cresce.
Pulgas e carrapatos
Proteja com produtos preventivos de aplicação mensal ou bimensal, que além de fácil manuseio, garantem eficiência no combate e controle de pulgas e carrapatos. Há vários produtos no mercado, peça a orientação do seu veterinário.
DEVO TER UM GOLDEN?
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Muitas pessoas acreditam que ter um Golden Retriever é algo muito simples, que pode ser escolhido e comprado como um brinquedo numa prateleira de loja através de uma simples pesquisa de mercado (e se possível levar vantagem no preço!) e que não requer grande dedicação…
Ledo engano!
Além daquela carinha linda de filhote peludo com jeito de “urso”, há muito mais incluído no “pacote” ao se adquirir um cãozinho. Um cão é alguém que participará da família por longos anos (doze, quinze anos, ás vezes mais…), portanto, é preciso que se avalie com muito cuidado se devemos ou não assumir essa responsabilidade.
Aquele lindo e ágil filhotinho se tornarâ um cão adulto (talvez sem o mesmo charme infantil) e depois um velhinho que vai requerer cuidados redobrados, principalmente com a saúde. O dono deverá estar presente e dar carinho em todas as fases de sua vida. Alguém que dedicou a vida a ser seu companheiro fiel não poderá jamais ser desprezado no final da vida, justamente quando mais precisará de você.
Como tudo na vida, ter um cão pode proporcionar enormes alegrias e muitos momentos felizes, mas também custos, e não apenas financeiros…
Os benefícios são inúmeros: é a criatura mais fiel que um ser humano pode ter ao seu lado. Está sempre pronto a dar carinho, fazer companhia e jamais mente para seus donos: é sincero em todas as emoções que expressa.
Lembre-se: as crianças crescem e se tornam independentes. O cãozinho é alguém que sempre dependerá de você e que espera receber cuidados e carinho incondicionais. Por isso, antes de se decidir a ter um cão pense muito bem nos vários aspectos de sua vida que poderão ser alterados com a presença desse membro especial da família.
Selecionamos abaixo vários itens que devem ser levados em conta.
A ADAPTAÇÃO DO FILHOTE EXIGE MUITA PACIÊNCIA: VOCÊ TEM?
O cãozinho precisará começar a ser educado assim que chegar à nova casa. Este processo requer paciência e tempo.
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O filhote é como uma criança que deve aprender desde cedo o que é certo e o que é errado. Se ele não for bem educado no início pode se tornar um adulto inconveniente.
Mas, por mais que se ensine, ele irá “aprontar algumas confusões” quando bebê, afinal, ninguém nasce sabendo o que é certo ou errado.
Ele precisará aprender onde fazer suas necessidades e, com certeza, vai errar nas primeiras vezes e você terá de arcar com o risco das tentativas frustradas do filhote: não espere que seu tapete jamais seja maculado: é pedir demais.
Ele irá roer objetos e deve ser corrigido com firmeza, mas, sem agressão. Com certeza fará muitas artes enquanto bebê e exigirá muita paciência dos donos.
Também como a criança, o filhote tende a levar tudo à boca devido à troca da dentição. Algumas vezes, além dessa necessidade natural, filhotes com personalidade mais forte usam este tipo de atitude para testar a liderança do dono. Cão e casa arrumada: esta combinação raramente dá certo…
O CÃO DEVE PARTICIPAR DA VIDA DA FAMÍLIA!
É essencial que o cão participe da vida dos donos, inclusive dos passeios. Os cães não requerem apenas água e ração: como todo ser vivo precisam de atenção e de carinho. Mesmo quando o cão é grande demais para ficar dentro de casa, é necessário que o dono dedique tempo a ele. Tempo para brincar, passear, enfim, para se divertirem juntos.
SAÚDE E GASTOS
Para que seu cãozinho seja saudável é imprescindível que se faça visitas regulares ao veterinário para manter as vacinas em dia, verificar a vermifugação e fazer os exames de rotina.
FILHOTE DE PRESENTE A UMA CRIANÇA: CUIDADO!
Ninguém discute o fato de que o cão é um ótimo companheiro para as brincadeiras infantis e que pode se revelar o melhor amigo da criança. Mas, algumas precauções devem ser tomadas para que essa parceria dê certo. As crianças (salvo raras exceções) NÃO cuidarão do cão. Quem cuida do animalzinho são os adultos. Além disso, ela não tem poder de comando para educar um filhote, pois, ela própria ainda está sendo educada.
Se você decidir ter um cão em casa conscientize-se de que toda a responsabilidade por seu bem-estar – alimentação, idas ao veterinário, passeios diários, limpeza das necessidades – é sua. Seu filho que está na infância ou adolescência não vai se ocupar dessas tarefas, por mais que ele lhe jure que fará tudo isso diante do filhotinho na vitrine de um “petshop”.
Por mais que uma criança queira um cão, sabemos que elas tendem a encarar o animalzinho como um brinquedo. Mas, ele não é uma bicicleta ou boneca que se encosta num canto da casa quando cansamos de brincar: é um SER VIVO.
JAMAIS COMPRE UM CÃO POR IMPULSO!
O cão não é uma roupa que pode ser trocada se ficar grande ou pequena demais. Aquela linda bolinha de pêlos que você está vendo no canil vai crescer. Você sabe o tamanho do seu futuro amigo quando adulto?
Antes de se comprar um cão é preciso fazer um bom trabalho de PESQUISA SOBRE A RAÇA mais adequada ao seu temperamento, estilo de vida, espaço, disponibilidade de tempo e de recursos.
VOCÊ ESTÁ MESMO PRONTO(A) PARA TER UM GOLDEN?
Você acha que pode lidar com todas as questões levantadas acima?
Conseguiu se imaginar nas situações descritas?
Encontrou saída para todas elas e estã louco para ter um golden?
Então você parece um ótimo candidato a “pai” ou “mãe” de um filhote!